Cinema no Palacete das Artes

Jardim das Folhas Sagradas, de Pola Ribeiro

O Palacete das Artes, tradicional espaço cultural de Salvador, inicia a partir do mês de novembro uma programação de filmes com temáticas variadas. Mensalmente o espaço promoverá mostras em que o cinema dialoga com as artes, como: arquitetura, literatura, música, pintura, escultura, dança, e com os saberes, como psicanálise, história, ciências, filosofia… Além disso, algumas temáticas serão também relacionadas a problemas sociais ou datas comemorativas.

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Em novembro, a mostra acontecerá do dia 21 ao dia 23, às 19 horas, e no sábado, dia 24 às 17 horas. Nesta programação, o tema abordará questões como: racismo, escravidão e suas heranças, violência, amizade e esperança, como parte das comemorações do dia da consciência negra, celebrado no dia 20 de novembro. Serão quatro filmes de diferentes diretores, dois brasileiros (um deles baiano), um francês de origem tunisiana e um americano. Estes filmes retratam em diferentes estilos, problemáticas ligadas aos afro-descendentes.

O primeiro filme da mostra, Jardim das Folhas Sagradas, do diretor baiano, Pola Ribeiro, aborda questões ligadas às escolhas de práticas religiosas dentro do candomblé por um jovem pai de santo, que provocarão grandes transformações em sua vida.

Jardim das Folhas Sagradas

Jardim das Folhas Sagradas é um filme que busca intensamente construir um diálogo com assuntos universais sem, no entanto, fugir de uma   história focada em uma perspectiva mais local.  Deste modo, ele acaba representando muito do que  o status quo vigente apresenta como temas contemporâneos – especulação imobiliária, tolerância  religiosa, diversidade sexual, racismo – além de trazer um viés bem regionalizado, deixando evidente que o projeto a ser mostrado possui uma bandeira hasteada muito bem definida, e ela são azul, vermelha e branca, cores da Bahia.”

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A seguir, Acorrentados, do diretor americano Stanley Kramer, famoso pelos filmes de temáticas polêmicas entre os anos 1950/60. Neste, especificamente, dois prisioneiros, um branco e um negro, empreendem uma fuga ligados por uma corrente, confrontando-se com suas diferenças e cuja sobrevivência de um depende do outro. O drama de suspense tem como cenário, a sociedade racista americana dos anos 1950.

Na sequência, Quanto Vale ou é Por Quilo? de Sergio Bianchi, que expõe através de múltiplas linguagens, a questão da herança colonialista da escravidão e seus reflexos na sociedade brasileira atual.

Vênus Negra

Por fim: Vênus Negra, do diretor francês de origem tunisiana, Abdellatif Kechiche. Passado em meados do século XIX, uma africana sonha em ser artista na Europa e é explorada como animal raro em uma feira de diversões, até sua degradação total com ser humano, enquanto cientistas disputam a seu corpo para objeto de estudo pelas características avantajadas dos seus órgãos genitais.

PROGRAMAÇÃO
Dia 21 (quarta feira) – Jardim das Folhas Sagradas (Com a presença de Pola Ribeiro)
Dia 22 (quinta feira) – Acorrentados
Dia 23 (sexta feira) – Quanto Vale ou é Por quilo?
Dia 24 – (sábado) – Vênus Negra

A sala tem capacidade para 50 pessoas.

Quanto Vale ou é Por Quilo? de Sergio Bianchi